Keith Curtis passou 11 anos como Software Design Engineer na Microsoft, antes de examinar o Linux e o mundo do código aberto. Isso resultou em uma mudança de perspectiva e um livro publicado. Nesse artigo, você entenderá um pouco como tudo funciona. Você entenderá o motivo pelo qual as pessoas não usam Linux e preferem o Windows segundo um ex-funcionário da própria Microsoft e que agora apóia o software livre e consequentemente, apóia o uso do Linux. Segundo ele, o sucesso do Linux está atrelado ao suporte de hardware que as firmas podem dar ao sistema, e não o dão.
Confissão
Para Keith Curtis é mais barato escrever drivers para Linux. E o maior desafio agora para o Linux no PC é o hardware. Em princípio, nenhum software pode trabalhar até que todo o hardware funcione. Um exemplo disso, é a declaração de Michael Dell, presidente e fundador da Dell:
Nós amamos o Linux, e estamos fazendo o nosso melhor para apoiar a comunidade Linux. Vemos o desktop Linux como uma atividade voltada ao cliente. Caso os clientes queiram, também, a Dell vai dar a eles.
A frase de Michael Dell demonstra que ele não considera a situação em que as pessoas não estejam executando o Linux em seu hardware porque ele não funciona! Mesmo assim, laptops Dell que vêm com o Linux ainda contêm drivers proprietários, controladores que não estão no kernel, e assim por diante. Parece claro que a gestão da Dell não entende o Linux ainda.
Globalmente, o suporte a hardware no Linux tem melhorado muito nos últimos anos. Os fabricantes de hardware relutam em apoiar o Linux até que tenha mais usuários, mas os usuários não vão rodar o Linux, se não é totalmente compatível com seu hardware. Essa é a causa da não disseminação do Linux nos PC’s. Muitas empresas de hardware estão sub-investindo em software livre. Por exemplo, a Intel pretende ser um forte defensor do Linux, e está fazendo um trabalho decente no seu suporte de drivers para Linux. Mas engenheiros da Intel dizem que seus esforços para Linux são apenas 1% da força de trabalho comparativamente aos 99% que o Windows recebe. Dobrar a sua equipe de desenvolvimento do Linux custaria menos de 1% do total em desenvolvimento. A Intel está sub-investindo em Linux não porque eles não podem se dar ao luxo de aumentar os custos em 1%, mas porque está sofrendo da síndrome de Estocolmo!
Portanto, se o Linux pudesse reconhecer todos os hardwares, todo os seus softwares livres seriam executados sem problemas. As incompatibilidades de software vão ser melhor resolvidas logo que as compatibilidades de hardware se tornem melhor resolvidas. Assim, a base da revolução Linux está no desenvolvimento do kernel.
Keith Curtis, que trabalhou 11 anos para a Microsoft, escreveu recentemente um livro chamado “After the Software Wars – Depois da Guerra do Software”, culpando a Microsoft pelo atraso social que vivemos. E faz uma previsão:
Eu sabia muito pouco sobre o software livre quando saí da Microsoft. Acho que nenhum dos meus ex-companheiros se preocuparam em saber se tudo o que fiz leva a concluir que o software livre é superior, e que os seus maiores desafios são a ignorância e uma ligeira falta de execução. Digo “ligeira” porque o exército de software livre já é um exército de milhões.
Enquanto o software proprietário da Microsoft fez uma das empresas mais bem sucedidas de todos os tempos, é um modelo destinado ao fracasso, porque não permite que os programadores de software cooperem e contribuam, e, portanto, impede a inovação.
Vemos no Windows hoje que os fabricantes de hardware têm repetido um monte de funcionalidades que o Windows já fornece, mas que não se encaixam perfeitamente às suas necessidades. Por exemplo, a IBM incluiu o seu próprio applet e um ícone de status para Internet sem fio para o Windows XP. Então aparecem dois. Eles não estavam satisfeitos com os recursos do Windows, e não foram capazes de resolvê-los. E assim eles tiveram que construir applets a partir do zero! É por isso que o Windows dá uma sensação de um amontoado de componentes conjugados.
Para concluir, reflita sobre essa frase de um ex-engenheiro de design de software da Microsoft, por onde passou 11 anos de sua vida lidando com tecnologia Windows:
“Se a Microsoft, há 20 anos, tivesse construído o Windows com código aberto, o Linux não existiria, e milhões de programadores iriam melhorar o Windows em vez de competir com ele.” Keith Curtis
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